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Rio Araguari - Floresta Nacional do Amapá, Porto Grande, estado do Amapá. Área com floresta de terra firme. Foto - William D. Carvalho

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Sobre a Amazônia

A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical úmida do mundo com  6,7 milhões de km2 distribuída ao longo da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana e Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. A maior porção da Floresta Amazônica localiza-se no Brasil (60% do total), sendo o maior bioma brasileiro, ocupando aproximadamente 40% (4,2 milhões de km2) do território nacional (IBGE, 2004). A Floresta Amazônica é formada por diferentes ecossistemas, como a floresta não inundável de terra firme, floresta de várzea, mata de igapó, campinas, campinaranas, campos inundáveis, savanas e mangue (Pires & Prance 1985; Prance 1996; Adeney et al. 2016; Carvalho & Mustin 2017). Esse imenso complexo de ecossistemas tropicais apresenta uma das maiores biodiversidades da flora e fauna do mundo (McFarland, 2017).

No Brasil, a Floresta Amazônia pode ser considerada dentro de três classificações distintas: bioma Amazônia, Amazônia Legal e bacia Amazônica. O bioma Amazônia foi definido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2004 com base em mapas de vegetação (IBGE, 2004). O bioma Amazônia compreende um total de 4,2 milhões de km2, englobando os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do estado do Maranhão (IBGE, 2004). Por outro lado, a Amazônia Legal tem uma área aproximada de 5,2 milhões de km2, pois além do bioma Amazônia, a Amazônia Legal contém cerca de 20% do bioma Cerrado e algumas áreas do Pantanal do estado do Mato Grosso, correspondendo a 61% do território brasileiro. A Amazônia Legal engloba os mesmos estados mencionados acima e foi definida com base em um viés sociopolítico para promover o desenvolvimento social e econômico da região (Brasil 1953). A bacia Amazônica, ou bacia do rio Amazonas, nada mais é do que toda área inserida no conjunto de recursos hídricos que convergem para o rio Amazonas, ocupando ao todo uma área de aproximadamente 7 milhões de km2, sendo que no Brasil a bacia Amazônica ocupa uma área de aproximadamente 3,9 milhões de km2 (45% do território nacional).

Morcegos da Amazônia

A lista mais atualizada para a Amazônia Legal contempla 146 espécies de morcegos (Bernard et al. 2011a), o que corresponde a aproximadamente 80% de todas as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil (Nogueira et al. 2018). Assim, a Amazônia é o bioma brasileiro mais rico em espécies de morcegos (Bernard et al. 2011a; Delgado-Jaramillo et al. 2020). Contudo, somente 24% da área total do bioma tem algum registro de ocorrência de morcegos, no qual apenas 5,1% do bioma foi minimamente amostrado (Bernard et al. 2011b).

 

A maior parte dos registros de morcegos Amazônicos concentra-se ao longo do Rio Amazonas (Delgado-Jaramillo et al. 2020). A Amazônia também tem o menor número de espécies endêmicas do Brasil (Delgado-Jaramillo et al. 2020). Nos últimos anos, o número de estudos tem aumentado na região, principalmente em relação a processos antropogênicos de fragmentação (e.g. Farneda et al. 2015; Rocha et al. 2016; Núñez et al. 2019), respostas a fatores bióticos em florestas contínuas (Marciente et al. 2015; Oliveira et al. 2015; Bobrowiec et al. 2017; Martins et al. 2017; Capaverde Jr. et al. 2018) e atividade horária dos morcegos insetívoros aéreos (Appel et al. 2017, 2019). Um guia de campo de identificação das espécies também já foi publicado (López-Baucells et al. 2018). Uma Morcegoteca disponibiliza gratuitamente vídeos de sons de morcegos Amazônicos no site https://ppbio.inpa.gov.br/Morcegoteca. No entanto, existem diversas lacunas em relação a ocorrência de espécies em diferentes ecossistemas, como as campinaranas e savanas Amazônicas (Bernard et al. 2011a; Carvalho & Mustin 2017), assim como entender os padrões de distribuição locais, regionais e em grande escala para Chiroptera ao longo deste bioma continental. Essa lacuna é ainda maior para espécies de Molossidae, Vespertilionidae e Emballonuridae, as quais são registradas principalmente por gravação acústica, método ainda pouco empregado em estudos na Amazônia.

Projetos de Pesquisa

Consequências da conversão de savanas amazônicas em plantios comerciais de soja, eucalipto e acácia para comunidades de morcegos;

 

Fatores que interferem na ocupação, diversidade funcional, taxonômica e filogenética de morcegos nas savanas amazônicas;

 

Influência da paisagem das savanas amazônicas sobre o parasitismo de moscas Streblidae e Nycteribiidae em morcegos;

 

Topografia e estrutura da vegetação como preditoras das assembleias de morcegos Phyllostomidae em uma floresta contínua do Escudo das Guianas;

 

Contrastando a performance amostral de redes de neblina e gravadores acústicos autônomos no monitoramento de morcegos: Uma avaliação em habitat florestal (floresta) e não florestal (savana) no norte da Amazônia brasileira;

 

Fatores ambientais responsáveis pelos padrões biogeográficos de Chiroptera ao longo do bioma amazônico;

 

Morcegos no meio do mundo: Padrões de atividade reprodutiva e temporal dos morcegos ao redor da linha do equador no norte da Amazônia brasileira.

Referências

Adeney J.M., Christensen N.L., Vicentini A., Cohn-Haft M. 2016. White-sand ecosystems in Amazonia. Biotropica, 48: 7–23.

 

Appel G., López-Baucells A., Magnusson W.E., Bobrowiec P.E.D. 2019. Temperature, rainfall, and moonlight intensity effects on activity of tropical insectivorous bats. Journal of Mammalogy, 100: 1889-1900.

 

Appel G., López-Baucells A., Magnusson W.E., Bobrowiec P.E.D. 2017. Aerial insectivorous bat activity in relation to moonlight intensity. Mammalian Biology, 85: 37-46.

 

Bernard E., Tavares V.C., Sampaio E. 2011a. Compilação atualizada das espécies de morcegos (Chiroptera) para a Amazônia Brasileira. Biota Neotropica, 11: 35-46.

 

Bernard E., Aguiar L.M.S., Machado R.B. 2011b. Discovering the Brazilian bat fauna: a task for two centuries? Mammal Review, 41: 23-39.

 

Bobrowiec P.E. D., Cunha Tavares, V. 2017. Establishing baseline biodiversity data prior to hydroelectric dam construction to monitoring impacts to bats in the Brazilian Amazon. PloS One, 12: e0183036.

 

Brasil. 1953. Lei N° 1.806, de 6 de janeiro de 1953. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L1806.htm. Acessado em: 12 de março de 2020.

 

Capaverde-Jr U. D., Pereira L.G.D.A., Tavares V.D. C., Magnusson W.E., Baccaro F.B., Bobrowiec P.E.D. 2018. Subtle changes in elevation shift bat‐assemblage structure in Central Amazonia. Biotropica, 50: 674-683.

 

Carvalho W.D., Mustin K. 2017. The highly threatened and little known Amazonian savannahs. Nature Ecology & Evolution, 1: 100.

 

Delgado-Jaramillo M., Aguiar L.M.S., Machado R.B., Bernard E. 2020. Assessing the distribution of a species-rich group in a continental-sized megadiverse country: Bats in Brazil. Diversity and Distribution, (in press).

 

Farneda F.Z., Rocha R., López‐Baucells A., Groenenberg M., Silva I., Palmeirim J.M., Bobrowiec P.E.D., Meyer C.F. 2015. Trait‐related responses to habitat fragmentation in Amazonian bats. Journal of Applied Ecology, 52: 1381-1391.

 

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 2004. Mapas de biomas e de vegetação. https://ww2.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/2105iomashtml.shtm. Acessado em: 25 de janeiro de 2018.

 

López-Baucells A., Rocha R., Bobrowiec P.E.D., Bernard E., Palmeirim J.M., Meyer C.F. 2018. Field Guide to Amazonian Bats. 2nd edition, Pelagic Publishing, Exeter, UK.

 

Marciente R., Bobrowiec P.E.D., Magnusson W.E. 2015. Ground-vegetation clutter affects phyllostomid bat assemblage structure in lowland Amazonian forest. PLoS One, 10: e0129560.

 

Martins A.C., Willig M.R., Presley S.J., Marinho-Filho J. 2017. Effects of forest height and vertical complexity on abundance and biodiversity of bats in Amazonia. Forest Ecology and Management, 391: 427-435.

 

McFarland B.J. 2017. Tropical rainforest ecology. Pp. 59–72, in: Conservation of tropical rainforests (McFarland B.J.) Ed. Studies in Environmental Policy and Regulation, Palgrave Macmillan, Cham, 680 pp.

 

Nogueira M.R., Lima I.P., Garbino, G.S.T., Moratelli, R., Tavares, V.C., Gregorin, R., Peracchi, A.L. 2018. Updated checklist of Brazilian bats: versão 2018. Comitê da Lista de Morcegos do Brasil—CLMB. Sociedade Brasileira para o Estudo de Quirópteros (Sbeq). http://www.sbeq.net/updatelist. Acessado em: 12 de março de 2020.

 

Nuñez S. F., López‐Baucells A., Rocha R., Farneda F., Bobrowiec P.E.D., Palmeirim J.M., Meyer C.F. 2019. Echolocation and wing morphology: key trait correlates of vulnerability of insectivorous bats to tropical forest fragmentation. Frontiers in Ecology and Evolution, 7.

 

Oliveira L.Q., Marciente R., Magnusson W.E., Bobrowiec P.E.D. 2015. Activity of the insectivorous bat Pteronotus parnellii relative to insect resources and vegetation structure. Journal of Mammalogy, 96: 1036-1044.

 

Pires J.M., Prance G.T. 1985. The vegetation types of the Brazilian Amazon. Pp. 109–145, in: Key environments: Amazonia (Prance G.T. & Lovejoy T.E.). Eds. Pergamon Press, Oxford, UK, 442 pp.

 

Prance G.T. 1996. Islands in Amazonia. Philosophical Transactions of the Royal Society 351B: 823–833.

 

Rocha R., López-Baucells A., Farneda F., Groenenberg M., Bobrowiec P.E.D., Cabeza M., Palmeirim J.M., Meyer C.F. 2017. Consequences of a large-scale fragmentation experiment for Neotropical bats: disentangling the relative importance of local and landscape-scale effects. Landscape Ecology, 32: 31-45.

Como citar informações desta página:

Bobrowierc P.E.D., Carvalho W.D. 2022. Secretaria Regional da Amazônia. Sociedade Brasileira para o Estudo de Quirópteros - SBEQ. 2022. Disponível em:  http://www.sbeq.net/amazonia. Acessado em:

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